sábado, 16 de junho de 2007

Trabalho em Equipe

Atuamos com profissionais que demonstram competência, comprometimento e conhecimento científico, porém, percebemos que faltava “algo” para fazermos a diferença, ou seja, superarmos as nossas próprias expectativas.
Um grande diferencial para o profissional enfermeiro, consiste na observação de toda sua cercania, ou seja, não basta focarmos somente o cliente, devemos estar atento em nosso recurso humano, pois são estes profissionais que participam na formação da imagem de nossas instituições.
CUNHA (2004) descreve que o profissional enfermeiro faz a diferença quando possui competência para a educação da sua equipe durante o processo de supervisão das atividades desenvolvidas diariamente. Esta supervisão está relacionada à responsabilidade que o enfermeiro assume pela qualidade da assistência de enfermagem prestada aos clientes de sua unidade. Da supervisão eficaz decorre a coesão da equipe em torno de valores comuns, o alinhamento com a missão institucional e o desempenho das relações de trabalho.
Observamos então, a importância desta pesquisa, quando o autor citado anteriormente, relaciona diretamente o desempenho das relações de trabalho, com a competência do profissional enfermeiro.
Confirmamos também, que devemos estar preocupados com a qualidade em sua integralidade, uma vez que somos seres humanos cuidando de seres humanos. Se fizermos uma análise comparativa, observaremos que a natureza também desenvolve um trabalho em equipe objetivando a harmonia e o equilíbrio universal.
Porém, devemos repensar nos conceitos de grupo, equipe e time, para então classificarmos em qual destes contextos nos encontramos inseridos.
No grupo as pessoas compartilham valores, crenças e visões semelhantes de mundo; na equipe as pessoas buscam um objetivo comum, que é claro e explicitamente formulado, e, possuem divisão de responsabilidade e das fronteiras de suas ações; no time as pessoas têm habilidades e potencialidades essenciais ao alcance dos objetivos, compartilham valores, buscam resultados comuns e contam com alto grau de comprometimento e de responsabilidade pelos seus atos e tarefas, cita CASADO (2002).
Para a enfermagem de hoje, o conceito de time é o que melhor se enquadra às especificidades do seu processo de trabalho, diz YOSHIMOTO et al (2005); pode ser um desafio para os enfermeiros, desenvolvermos o perfil de “time”. Esse desafio pode ser enfrentado por meio de educação e comunicação, ou seja, o enfermeiro pode ser um educador se utilizar adequadamente à arte da comunicação.
MACKAY (2000) cita que a comunicação compreende habilidades que podem ser aprendidas, tais como falar, ler e escrever, porém, a habilidade de ouvir, antes mesmo do nascimento começamos a desenvolvê-la e trata-se da capacidade mais significativa de que dispomos, como também esta habilidade exerceu forte influência em nosso desenvolvimento pessoal passado e continuará a fazê-lo no futuro.
Embasados nesta afirmativa, complementamos que o caminho correto a seguir consiste em praticar a arte de “ouvir” a opinião dos colaboradores inseridos em um determinado contexto problemático, para que se possa identificar o fator gerador e finalmente traçar estratégias corretivas. Alicerçados nesta hipótese, visamos desenvolver esta pesquisa com finalidade de desvendarmos situações para que posteriormente sirva de base para modificar postura e ou conduta indesejada e negativa em nosso campo de trabalho, obtendo assim um melhor resultado no âmbito geral, influenciando diretamente na qualidade, tanto para a ótica do cliente como dos profissionais.
OGUISSO (2000), descreve como conseqüência da globalização econômica, o aumento das expectativas dos consumidores de serviços, justificando assim o oferecimento de uma assistência de enfermagem diferenciada, a qual visa o atendimento do cliente institucionalizado sob a ótica de sua patologia, bem como a biopsicodiversidade de influência em sua cercania.
Também PEREIRA et al (2005), diz que a organização do futuro estará mais voltada para os clientes, enfocando a questão da qualidade de seus produtos e serviços; assumirá maior responsabilidade com o meio ambiente e terá uma relação mais próxima com a comunidade. Possuirá também menor número de níveis hierárquicos, dando espaço à figura do líder como motivador e treinador.
Para conseguirmos esta assistência de enfermagem diferenciada, necessitamos de profissionais comprometidos com a missão institucional e motivados para a visão da mesma, agora nos deparamos com a seguinte interrogação: como motivá-los?


“Todo ser humano tem a motivação latente e habilidade de despertar essa motivação. Levar pessoas talentosas e capazes ao empenho máximo é a arte de quem gerencia ou lidera grupos”.
(MARX e MORITA, 2000).

Estas autoras ainda nos fazem uma advertência que a motivação não significa apenas um aumento de salários ou de benefícios é preciso algo mais, nos sugere algumas ações tais como, cumprimentar pessoalmente os colaboradores, fazer elogios quanto ao seu desempenho, solicitar suas idéias e dar informações necessárias para a realização de um bom trabalho.
PEREIRA et al (2005) relata que McGregor associou a motivação ao processo de liderança nas organizações, e concluiu que se há pressupostos implícitos associados aos trabalhadores tais como a indolência, preguiça, falta de responsabilidade e de iniciativa identificando uma abordagem teórica denominada de Teoria “X”, é uma resultante de conduta seguida pelo gerente que se restringe a uma prática estrita de autoridade centralizada que direciona os esforços para os objetivos organizacionais.
Segundo ROCHA et al (2005), liderança consiste em processo que é inerente à coexistência em grupos que visam alguns objetivos e se deixam influenciar por alguém, ou seja, trata-se de um fenômeno de influência interpessoal almejando a um objetivo.
Entendemos então, que a liderança pode ser desenvolvida de acordo com o foco em objetivos pessoais ou grupais como também institucionais. Para que aconteça esta influência necessito conhecer e entender o comportamento passado dos indivíduos, prever o comportamento futuro e posteriormente orientar e mudar tal comportamento.
A confiança é a fonte inspiradora para um relacionamento saudável em uma equipe; para que uma equipe seja eficaz e eficiente como também almeje os objetivos traçados, o enfermeiro deve inspirar confiança servindo a sua equipe cita ROCHA et al.
Observamos então que necessitamos rever nossos conceitos quanto ao gerenciamento e atitudes de nossos gerentes, pois, o colaborador está possuindo um peso importante nas tomadas de decisão e no caminho o qual a empresa deverá seguir.

“Um dos perfis do novo gerente de enfermagem é o de promover a prática de colaboração e estimular uma parceria entre enfermagem e equipe multiprofissional”.
(MARX e MORITA, 2000).

Com esta reflexão abrimos um leque de oportunidades para transformar a equipe em um time, onde ocorra a confiabilidade e entrosamento para que as funções a eles delegadas sejam executadas com afinco e da melhor maneira possível.
O líder é o responsável por manter a interação da equipe com a qualidade, e também deve servir de exemplo e elemento motivador para seus colaboradores. É necessário que seja responsável, comunicativo, flexível, honesto, zeloso, saiba respeitar o tempo dos outros, transmita segurança, demonstre vontade de aprender, solicite ajuda quando necessário e além destas características, deve criar um ambiente para o trabalho em equipe, cita MARX e MORITA (2000).

Nenhum comentário: